E com vocês, a velha novidade: o pobre não sabe votar
Um "imortal" é dono do Maranhão há exatos quarenta anos. Dominação na base do cabresto, da corrupção que compra e vende instituições e pessoas, e alicerçada em mentiras, muitas mentiras (se Padre Antonio Vieira fosse vivo...).
Da mesma forma, ACM reina na Bahia há mais de quatro décadas.
Um punhado de famílias ricaças de São Paulo, secundadas por algumas de Minas Gerais e, em menor escala, de outros estados, governa o Brasil desde antes de nos tornarmos República.
Toda esta plutocracia é a maior responsável pela situação de desgraça social em que o Brasil se encontra desde que nos entendemos enquanto nação.
E, mesmo assim, os nobres dos palácios, ontem, e das mansões, hoje, detêm a maior parte dos cargos eletivos no poder público, em todos os níveis e em todos os poderes. As exceções apenas justificam a regra.
No entanto, diante da possibilidade, cada vez mais concreta, da vitória de Lula na eleição do dia 1/10, um novo argumento se soma às acusações histéricas que visam, ao mesmo tempo, evitar a derrota fragorosa e deslegitimar a iminente vitória do ex-operário: o povo não sabe votar.
Vale a pena ler o artigo de Nelson Breve, na Carta Maior: "Quem disse que pobre não sabe votar?"
Suprima-se o povo, então! Ou a democracia, como tanto já fizeram (mais de um terço do século XX) antes, que já resolve qualquer incoveniente adional.
Democracia, aliás, figura tão cantada e decantada, em qualquer ocasião, por aqueles que menos a respeitam e mais a ferem. Não existe, nunca existiu e jamais existirá democracia política enquanto não houver democracia social. E o capitalismo é antagônico a isso.
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