quinta-feira, abril 05, 2007

A notícia do dia

A Carta Maior continua. Trincheira da esquerda - e de todos aqueles que não aceitam a (des)ordem hegemônica - na guerra de posição contra a ultraconservadora mídia brasileira, esta agência vai continuar servindo de espaço aberto às vozes dissonantes dos (que se julgam) senhores do mundo e do Brasil.

Em tempos onde a censura corporativa - mais sutil do que a praticada pelo Estado - é a principal arma da engrenagem midiática do capitalismo, mais do que nunca se debate, no Brasil e no mundo, a necessidade de estendermos a democracia também aos meios de comunicação. A própria Carta promove este debate regularmente em suas páginas.

Mais do que necessidade, a comunicação é um direito humano consagrado, mesmo parcialmente, nas legislações internacionais e domésticas, e assim deve ser encarado pelo Estado brasileiro.

Vale ler o editorial da Carta anunciando a notícia - a melhor do dia - que muitos esperávamos com ansiedade e confiança.

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=13816

'Carta Maior' dará continuidade a seus trabalhos

A todas e a todos que se manifestaram ou acompanharam esse momento de dúvida da Carta Maior, o nosso muito obrigado. A luta continua.

Às leitoras e aos leitores

Em primeiro lugar, queremos esclarecer que ficamos fora do ar de 30/3 a 3/4 por problemas técnicos. Desde alguns meses, nosso banco de dados ficou sem atualização por falta de recursos, o que terminou provocando esta pane que coincidiu com a divulgação de nossa crise. Prevemos a normalização total dos trabalhos logo após o feriado de Páscoa. Agradecemos a enorme solidariedade de nossos leitores, que, diante da iminência do fechamento de Carta Maior, pediram e até exigiram que nossa página não saísse do ar. As inúmeras mensagens recebidas ressaltavam a importância de pensamentos alternativos aos dominantes na imprensa conservadora, que se quer hegemônica na área, para a democracia da comunicação no Brasil.

Essa corrente de solidariedade contribuiu decisivamente para motivar-nos. Em reunião em que participaram a redação, os técnicos e o diretor-presidente da Carta Maior, Joaquim Ernesto Palhares, tomou-se a decisão de que Carta Maior dará continuidade a seus trabalhos.

Além disso, também se abriram novas possibilidades de publicidade e patrocínio, que ficarão evidentes em futuro próximo. Sem isso, é claro que a Carta Maior não teria condições de continuidade. Mas sem o ânimo trazido pelos leitores e pelas leitoras que a nós acorreram com suas mensagens públicas ou particulares, seus telefonemas, com a divulgação de nossa situação em outras páginas, rádios, revistas, blogues e outros veículos, dificilmente teríamos encontrado as energias necessárias para a manutenção de nossa luta pela democracia nas comunicações através dessa página já histórica na imprensa brasileira.

Outra manifestação a nos infundir ânimo foi, diante de nosso chamado, a de ter aumentado o cadastramento de leitores e leitoras para receber nosso boletim diário. Estamos recebendo mais de 100 novas adesões por dia.

Quantos militantes teremos no Brasil (fiquemos só no Brasil, mas lembremos que o alcance da internet é mundial) das inúmeras causas que se acumulam na luta por uma sociedade mais justa? 500 mil? Um milhão, entre partidos, sindicatos, ongues, associações de bairro, igrejas etc? Entretanto, há uma semana a página da Carta Maior registrava exatos 33.093 assinantes cadastrados, que recebem nosso boletim em seu endereço eletrônico tão logo a página é atualizada. Era um número significativo, mas insatisfatório.

Sabemos que nossos artigos e matérias circulam na internet, são reproduzidos em outras páginas e blogues, são enviados para redes de internautas num alcance muito maior do que o destes números: 33.093 assinantes, 300 a 400 mil acessos por mês. Precisamos potenciar esse alcance através do cadastramento, transformando nossa receptividade num fato político através de seu registro. E queremos lembrar: uma luta como essa não é só da Carta Maior. Ela interessa a todos os veículos de comunicação, leitoras e leitores empenhados na luta por diminuir a desigualdade e varrer a iniqüidade da sociedade brasileira. A democratização da comunicação no Brasil é fundamental para consolidar o exercício da cidadania como patrimônio coletivo de todos os brasileiros.

A todas e a todos que se manifestaram ou acompanharam esse momento de dúvida da Carta Maior, o nosso muito obrigado. A luta continua.

Pela Redação,

Flávio Aguiar
Editor Chefe